O governador Mauro Mendes (União) voltou a criticar as medidas econômicas adotadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil. Segundo ele, ao decidir por um “tarifaço” sobre produtos brasileiros exportados, Trump mistura política com economia, o que tende a prejudicar tanto o Brasil quanto os próprios Estados Unidos.
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“Primeiro, eu acho que o presidente Trump está muito equivocado, está errando de forma grotesca ao misturar política com economia. Não tem motivo nenhum para ele criar essas tarifas contra o Brasil. O saldo da balança comercial é positivo para os Estados Unidos”, declarou.
Mauro pondera que, embora Trump tenha direito de opinar e demonstrar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao recorrer a retaliações econômicas para defender aliados políticos, ele acaba afetando relações comerciais bilaterais importantes.
“Se ele quer defender o presidente Bolsonaro, ele tem todo o direito, mesmo sendo presidente americano, de emitir suas opiniões, de defender qualquer amigo, aliado, em qualquer parte do planeta. Até os argumentos dele têm uma certa razoabilidade. Mas quando ele mistura política com economia, ele começa a perder a razão”, disse.
O governador também pontuou que as tarifas são prejudiciais para a economia brasileira e americana, já que desestimulam o comércio em setores estratégicos como o etanol.
“Ele não poderia estar retalhando o país com medidas econômicas que são ruins para todos nós brasileiros, são ruins para os americanos, baseado em motivos políticos”, alertou Mauro.
Para ele, Trump tem demonstrado uma postura agressiva e instável nas relações internacionais, o que já tem afetado outros países.
“Ele fez isso com os chineses, está fazendo com a Europa, com o Canadá, com o México. Tem um estilo totalmente aleatório e muito diferente, para não dizer louco, para fazer as negociações”, ironizou.
Apesar de Mato Grosso ter uma baixa dependência direta das exportações para os Estados Unidos, cerca de 1,5% segundo dados apresentados por ele, Mauro lembra que outros estados e o próprio Brasil, cuja média de exportação aos EUA chega a 15%, podem ser gravemente impactados.
“Os americanos estão levando vantagem, porque a balança é favorável a eles. Esses argumentos do Trump não se sustentam. Precisamos de sabedoria, tirar a política de lado e fazer aquilo que é melhor para os brasileiros. É isso que eu peço a todas as autoridades que têm o poder e o dever de fazer isso”, ressaltou.
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